terça-feira, outubro 07, 2014

A juniorização do jornalismo

Não consigo ficar calada diante o "engano" da jornalista da Veja online, que trocou Tolstoi por Toy Story, nas aspas atribuídas a um dos candidatos ao governo. Típico e tem a ver com o repertório da jornalista. Provavelmente, ela nunca ouviu falar do escritor russo. A culpa? pode ser atribuída à educação neste nosso país, mas também à política de contratação dos veículos de comunicação.

Um fato como este reforça a minha impressão de que a qualidade do jornalismo praticado hoje em dia está diretamente proporcional aos salários achatados que são pagos ao pessoal que acaba de se formar e que invade as redações.

Quando trabalhei em um site ligado ao ensino superior, tive a desagradável experiência de sentir na pele a decisão superior de trocar os três editores da publicação (eu, entre eles), por três estagiários, sem que fosse levada em consideração a qualidade do trabalho e do produto final.

E o cenário só foi piorando com o tempo. Triste. Muito triste.

Para provar que falo a verdade, segue o link: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/eduardo-jorge-diz-que-nunca-usou-maconha


sexta-feira, outubro 03, 2014

Por mais clientes "unicórnios"! (eles existem??)

Achei interessante e resolvi traduzir (no Google mesmo, ok? perdão pelos errinhos, mas já dá p/ entender o conteúdo). Fonte (para quem prefere ler em inglês):
http://www.theguardian.com/media-network/media-network-blog/2014/sep/26/public-relations-pr-client-personalities


Os seis tipos de personalidades dos clientes de assessoria de imprensa e as melhores maneiras de lidar com eles 
Você precisa de uma pele grossa para ligações de clientes em relações públicas, mas nunca perca a esperança de agarrar o cliente perfeito

O mundo da agência de relações públicas é uma montanha-russa. Em um minuto você está no auge de uma campanha bem executada, resultando em alguma cobertura top; no próximo você está de frente para um quadro de horários, que simplesmente não é possível no âmbito temporal, atual e um abismo de feedback negativo dos clientes, muitas vezes sorridentes, referindo-se a "um pouco de um punhado".

Você precisa de uma "pele grossa" (gíria, não sei como traduzir isso) para ligações de clientes. Acho que é difícil não levar para o lado pessoal quando a minha experiência, profissionalismo e habilidades são postos em causa. Eu vejo a dinâmica com o cliente de PR como uma parceria criativa, por isso, quando algo dá errado, ele se sente azedo.

Aprendi que "as habilidades das pessoas" não se trata de dizer sim o tempo todo. Às vezes você precisa ser tão construtivo ou duro como o relacionamento demanda. Aqui estão algumas personalidades (muito estereotipadas) do cliente e algumas soluções para lidar com eles ...

1) Calças

Calças gosta de humilhar qualquer novo compromisso ou contratante. Normalmente, em uma posição de número dois, muitas vezes de aluguel bastante recente, Calças quer mostrar que ele (ou ela) é um trunfo para a empresa, um verdadeiro cavador. Então, eles vão te pegar.

Eles disparam missivas agressivas (com cópias para o chefe, obviamente), questionando seus métodos, seus resultados, sua relação custo-benefício ... praticamente sua razão de ser.

Solução: Arme-se. Tenha uma lógica para cada ação, indicadores-chave de desempenho (KPIs) definidos. Empurre para trás. Quando você não piscar para Calças, muitas vezes ele vai relaxar em seu papel e se tornar seu maior defensor.

2) À espera de Godot

Secretamente, alguns dos meus clientes favoritos estão esperando por Godots. Mas então eu gostaria de ser lembrado de que uma grande, grande bobagem vida inútil jogo é ...

"Eu não estou muito feliz"

"OK, vamos trabalhar em uma tática ou mensagens de diferente?"

"Não, eu não quero qualquer mudança, eu não estou muito feliz"

"Quais são seus objetivos de relações públicas específicas?"

"Espalhar pelo mundo!"

"Para quem?"

"Para todo mundo!"

"..."

"Estou descontente com o ritmo da campanha" (após quatro semanas de fornecer dados e outros quatro para inscrever-off em mensagens. Presumivelmente, eles querem retardá-lo um pouco.)

Solução: Sorria. Despeje outra bebida. Espere.

3) Keyser Söze

Um subconjunto da espera para Godots. Estas são as criaturas estranhas e inexplicáveis ​​que pagam para uma campanha, percorrer as moções de estratégia, mensagens, reuniões do pontapé de saída, de pleno direito imprensa. Em seguida, eles simplesmente deixam o prédio, endireitam-se e vão embora, para nunca mais ser visto novamente.

Solução: um suspiro de alívio. A estupefação, ligeiramente ferido, suspiro de alívio.

4) The Human Centipede

The Human Centipede pode tomar uma de duas formas - uma comissão multi-pessoa constantemente circulando de volta sobre si mesmo, adiar os prazos, deixando enormes trilhas e-mail e documentos incorretamente rastreados sem parecer final; ou simplesmente uma pessoa presa em um círculo de exaltação, mudando fraseado, estratégia e tudo o mais que pode corrigido com caneta vermelha até que todo o seu tempo de campanha tenha sido devorado.

Solução: Esses clientes muitas vezes só precisam de uma mão firme. Do outro lado da face.

Mas, falando sério, lembrá-los o que pagaram, e ser capaz de ilustrar as consequências de atrasos desnecessários.

5) Walter Mitty

Mitty se vê na página frontal do Tempo. Infelizmente, Mitty tem uma solução de business-to-business da empresa, ou de uma cadeia de restaurantes doente, ou um lançamento do disco normal.

Mitty acredita que a oferta é a coisa mais especial em todo o mundo, cego pela promessa piscar de atenção da mídia. Mitty é esperança equivocada.

Solução: Certifique-se de sua equipe de vendas não são promissoras as Mittys deste mundo da lua em uma vara. Oferecer alternativas inteligentes, realizáveis ​​que irá atender o seu negócio muito melhor. Mas esteja preparado para varrer esses sonhos quebrados.

6) O unicórnio

Este unicórnio é relax. O unicórnio quer cobertura gradual e realizável. O unicórnio tem um orçamento * e * dados para apoiar idéias criativas, e entregá-los a tempo. O unicórnio recebe-o e deixa-o ir em frente. O unicórnio reconhece quando você entrega bons resultados e agradece quando você faz.

Às vezes, o unicórnio pode vir a ser apenas um narval, ou mesmo apenas um cavalo com um chapéu na cabeça. Mas você pode viver com isso.

Solução: Paparique este cliente. É o animal mais raro e bonito.


quinta-feira, outubro 02, 2014

A coletiva



Para o jornalista, uma coletiva é uma coletiva e pronto. Mas aqueles de nós que mudam para o lado de lá do balcão sabem tudo o que acontece nos bastidores de uma coletiva e nem sempre acham bacana o estresse que existe em torno do famoso FUP - que hoje aqui na agência ganhou o criativo apelido de follow down (ao invés de follow up).

Nossa obrigação é ligar para todo mundo, ter uma justificativa plausível para cada ausência.
Isso porque a lista de convidados já foi previamente aprovada pelo cliente e a expectativa, em geral, é alta.

Se a data é boa ou não, se as pessoas mais importantes da empresa estarão presentes na data (ou não) são fatores que fogem absolutamente do seu controle: prepare-se para fortes emoções.

Por isso que eu digo que tenho um plano de negócios prontinho, já montado aqui, de figurantes para coletivas. Porque na hora do desespero o que importa é lotar a sala de jornalistas interessados em ouvir falar na incrível e maravilhosa notícia do seu cliente. Ainda que ela não seja tão incrível e nem tão maravilhosa assim, rsrsrsrs.

O conselho do momento: nunca, jamais chame a sua coletiva de coletiva. Isso assusta. Muitos veículos já determinaram que não participam de coletivas e com esse nome você já afugenta metade da sua provável audiência.

Daí, começam a acontecer de um lado, os imprevistos. E de outro, as desculpas dos jornalistas... e você ali no meio, tentando equilibrar o inequilibrável (acho que a palavra nem existe, mas vale pela criatividade, vai...)

Vida de assessor de imprensa, mais um capítulo...

quinta-feira, agosto 07, 2014

O Terraço

Silvia, xx anos de profissão (não vem ao caso mencionar isso agora...), nunca antes na história deste país havia estado no Olimpo das assessorias de imprensa: o Terraço. Lá tem um restaurante finíssimo, com uma vista fantástica e uma comida melhor ainda. Tudo gente inteligente, a fina nata da intelligentzia nacional (quiçá mundial). Foi bem bacana estar lá, ao lado de duas personalidades conhecidas, uma das quais admiro muito.
É chato escrever assim de forma cifrada, mas não tem outro jeito.
Preciso escrever e não posso dar nome aos bois.
Quando cheguei de volta aqui na nossa redação, estava explodindo de dor de cabeça.
É porque eu tenho uma grande frustração na minha vida: não ter conseguido trabalhar lá uns 20 anos, pelo menos, como era meu sonho na época da faculdade. Eu desenvolvi uma relação afetiva com aquela editora ao longo da minha infância e adolescência: lia Recreio, depois Pop. E ao mesmo tempo a Claudia, que era da minha mãe, com aqueles loooongos artigos da Carmem da Silva. Depois, a coleção dos Clássicos da Juventude inteirinha. A enciclopédia Os Bichos. A outra enciclopédia Conhecer.
Resvalei em várias redações, mas nunca consegui ficar em nenhuma.
O pior foi quando vi um convite sendo feito a outra pessoa, justo ali do meu lado.
"Comoassim" chamar outra pessoa para o cargo dos meus sonhos?? Nossa, como sofri.
Eu sabia, internamente, que se eu voltasse naquele endereço, essas sensações iam voltar à tona, para que eu lidasse com elas.
Sem falar no caso das pautas roubadas, fato com o qual não me conformo até hoje.
Porém, não posso me queixar da minha vida profissional que, entre altos e baixos, me proporcionou muita coisa boa: viagens internacionais, aprendizado, amizades verdadeiras e profundas.
Moral da História: as coisas nem sempre acontecem da maneira como a gente imagina. E mesmo assim, temos que nos sentir felizes!!!